terça-feira, 8 de julho de 2014

“O DIABO PODE CITAR AS ESCRITURAS QUANDO ISSO LHE CONVÉM”



            William Sheakespeare proferiu esta frase-título num de seus escritos. Realmente, algumas pessoas usam de todo e qualquer artifício quando a questão é garantir benefícios próprios, não importando quem é ferido.
            De fato, a mentira faz parte do cotidiano de todo cidadão, seja ele jovem ou velho, às vezes em proporções pequenas, sem maldades, podendo até ser considerada uma brincadeira. Em outras circunstâncias, tão grave que até podemos considerar uma doença, ou seja, vai de uma simples dor de cabeça para deixar de fazer algo, até a ostentação de um emprego para impressionar alguém. A verdade é que ninguém gosta de se sentir inferior ou ser punido e isso faz com que algumas pessoas mintam para outras pessoas e até para elas mesmas. Mentem de tal forma que elas mesmas acabam acreditando e se convencendo de sua mentira. Já é tão comum que quando não mentem acham que há algo errado.
            Mas, o que leva uma pessoa a mentir?  Mentem para se beneficiar, popularizar... Essas mentiras começam quando ainda nem se tem malícias. As crianças, por exemplo, quando praticam algo e se sentem ameaçadas, seja pela punição ou humilhação, mentem. E no decorrer da vida essas mentiras vão se tornando corriqueiras sem que percebam. Com uma mentira aqui outra acolá vão se envolvendo e deixam de viver muitas das vezes suas próprias vidas e passam a viver um personagem que sonham, idealizam, por terem vergonha do que realmente são, pela vida que levam.
         Somos seres humanos imperfeitos e por isso cometemos erros, porém está em nós brincarmos ou sermos doentes. Cícero - filósofo, orador, escritor, advogado e político romano - disse que “a verdadeira glória lança raízes e até se multiplica; tudo que é falso, dura pouco... e nada fingido pode ser duradouro.” Da mesma forma diz o ditado popular: “A mentira tem pernas curtas”. E completo: O mentiroso tem que ter uma memória formidável, deve ser ardiloso, pois do contrário, dia menos dia, se entregará. Cairá na própria armadilha.
            Jô Soares escreveu um texto onde diz: “Não significa que você é falso, quando você é legal com alguém que você não gosta. Significa que você é maduro o suficiente pra ser educado. Na verdade, falso é quando você mente. Quando você não gosta da pessoa e diz ‘te adoro, amigo’: isso é falsidade. Educação, não! Educação é uma dádiva que certamente te dá dignidade diante de qualquer desafeto.” E diz ainda que as pessoas estão tão acostumadas a ouvir mentiras que sinceridade demais choca e faz com que pareçamos arrogantes. Quem sabe, as pessoas não queiram a verdade, mas a mentira que é mais agradável. Luther King dizia: “ Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que se pensa.”
            Eu sempre digo que sei lidar com todo tipo de pessoas, mas admito,  com o falso tenho dificuldades. É o príncipe de Maquiavel: conforme convém agrada, ofende, demite, admite, manipula, joga, elogia, faz lavagem cerebral. Esse ser, com o passar do tempo, tombará. Demorará um pouco, mas tombará. “A justiça tarda, mas não falha”: Isso serve tanto para a lei do homem quanto à lei divina.
            No fundo, acabo me divertindo com alguns mentirosos que acham que estão “abafando”. Não sabem os imbecis que uma das mentiras mais fecundas, interessantes e fáceis, é fazer a pessoa mentirosa pensar que acreditamos no que ela diz. Estou quase doutorada neste quesito.



DICA DA SEMANA

O ORADOR FEZ UMA COLOCAÇÃO INTELIGENTE.
 Ninguém faz colocação nenhuma e, muito menos, inteligente. Melhor ser inteligente e interessante: fazer uma exposição. Virou mania nacional o uso de colocar e colocação, mas ideias não se colocam, se dão ou se expõem.
Usemos colocar e colocação em casos concretos: a colocação da fechadura, colocar a TV na sala, a colocação do rapaz no exame vestibular, colocar o livro na estante.
Fora daí, qualquer colocação está fora do lugar.


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