quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

LANÇADA A OLIMPÍADA DA LÍNGUA PORTUGUESA - 2014



                                                     

A edição 2014 da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro começou oficialmente nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, às 18h, com o lançamento do programa no Instituto Itaú Cultural em São Paulo. O evento foi aberto pelo Ministro da Educação, Henrique Paim, por Antonio Matias, vice-presidente da Fundação Itaú Social e por Maria Alice Setubal, presidente de Conselho Administrativo do Cenpec.

A partir de agora, além de Estados e municípios poderem fazer suas adesões ao programa, educadores de todo o Brasil também já podem se inscrever. Tudo isso deve ser feito aqui mesmo no Portal Escrevendo o Futuro.

A cerimônia de abertura foi gravada e será o tema de uma edição especial do programa Salto para o Futuro, da TV Escola, canal do MEC na TV, que foi ao ar no dia 26, às 17h. Durante o lançamento foram entrevistados professores que já participaram da Olimpíada, além de representantes da Undime, do Consed e do Canal Futura. Para saber mais, acesse: http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/o-programa.asp.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL POLO FOZ - 21/02



“ É PRECISO CONTINUAR A ACREDITAR EM ROSAS...”
“ Colham seus botões de rosas enquanto viçosos”, dizia o professor John Keating no célebre filme “ Sociedade dos poetas Mortos”. Por muitas vezes iniciei o ano letivo pronunciando esta frase e completando com o famoso “ Carpe Diem”( aproveite o dia) ,mas hoje quero dirigir-me aos colegas professores para lhes dizer que é preciso continuar acreditando em rosas e aproveitando o dia.
O  Prof. Dr. Romão que escreve editoriais para a revista “ Tantas Palavras”, publicou um texto que acho propício para este início de trabalhos escolares, no qual ele coloca que um professor se faz com o tempo, com as marcas de aulas, escritos, leituras, exercícios construídos em uma linha de saberes que são gestados como bebê no útero. Como botão de rosa que demora dias para se abrir, e não adianta apressar, gritar ou pedir clemência de espera: o instante da rosa se abrir precisa de outro dia para dar corpo à flor; ao docente/mestre, cabe algo parecido. O desejo de ensinar pode até estar posto em princípio, antes mesmo de entrar em uma sala de aula, mas o ato de se apossar do lugar de docente/mestre é algo que demora, reclama uma série de investimentos miúdos e contínuos no dia-a-dia que passam pela formação continuada  e pela persistência em querer encantar.  É preciso sentar diante da folha em branco e sentir o medo de escrever para poder experimentar o outro lado da janela, o papel de aluno em sua construção. Também faz-se necessário estudar com caneta em punho, dedicar-se a planejar, a executar, avaliar. Carlos Drummond dizia “aprendi novas palavras e tornei outras mais belas” – este é o mote para pensarmos no papel de docente/mestre: nós é que aprendemos, conseguimos esticar horizontes de palavras, permitir  a nós mesmos a beleza de conhecer e reconhecer-nos na descoberta. Nada mais do que isso já seria suficiente para deixar com inveja todos os outros profissionais, pois somos aqueles e aquelas que tornam a palavra mais bela e aprendemos com isso.  Meus colegas,  não permitamos que o tédio, que as práticas repetitivas, o cansaço de tanto esperar uma valorização digna da classe, nos desliguem do universo da palavra escrita e oral e do compromisso, da missão bela de ensinar. Lembremos: é preciso continuar a acreditar em rosas. Elas podem nascer no quintal de nossa sala de aula se o jardineiro que somos souber regá-las, aparar-lhes as pontas, as arestas, cuidar do jardim que virá. O perfume só se dá a perceber depois de longa jornada de investimentos, trabalhosa jornada, semeadura fértil.   Acredito que, desta forma, conseguiremos fazer com que nossos alunos e alunas,  saibam a hora certa de colher seus botões de rosas: nem antes, nem depois. No tempo certo.
E nós, os docentes-jardineiros, conservemos a  semeadura, cantando, ouvindo o barulho da criação entre os alunos, tomando como delícia as oportunidades de aprender e ensinar, certos de que há algo a inventar, sempre a inventar.
( Quão gratificante é ver os frutos maduros, as flores desabrochadas, as árvores esplendorosas. As vidas se tornando extraordinárias.  )
DICA DA SEMANA
NEM UM OU NENHUM?
Esta é uma dúvida freqüente entre os falantes da língua portuguesa, ainda mais quando é preciso colocar no papel. Vejamos uma regra simples:
# Nem um equivale a "nem sequer um", "nem ao menos um":
Ex.: "Não te darei nem um real a mais"; "Comeram tudo, não restou nem uma empadinha para contar história"; "O treinador, por sinal, não gostou nem um pouco da forma como a tabela determina os jogos".

# Nenhum é pronome indefinido, o contrário de "algum":
Ex.: "Nenhum brasileiro está livre da violência"; "Nenhum candidato tem essa unanimidade"; "O jornal dedicou-lhe quatro matérias, nenhuma delas favorável".


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

UM POUCO DE MARIA




SIGO
VIVENDO
ENTRE
AS
ALELUIAS
E
AS
AGONIAS
DO
MEU
SER.

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL POLO DIA:14/02

“ PEQUENOS PRÍNCIPES: DESAFIO PARA A FAMÍLIA E PARA A ESCOLA!”            
Lich, mehr licht !“ ( luz, mais luz!). Goethe, o maior literato alemão, em 1833, já em seu leito de morte, pronunciou estas  derradeiras palavras. Uma frase instigante, não apenas sob o aspecto histórico, mas antes de tudo, sob o aspecto simbólico e atitudinal.  Acredito que não haja problema que se resolva sem que projetemos alguma ou muita luz sobre.
Pois é! Estamos, a cada ano letivo que se inicia, com um velho dilema e problema: como trabalhar, lidar, ensinar, esta geração de alunos que se apresentam!?      Qual é o papel real da escola e da família na vida destas crianças? É um debate amplo e contínuo de décadas, que chega quase no ápice.
                Nas minhas férias li vários artigos e depoimentos sobre esta questão. Chamou-me a atenção a visão da psicanalista e pesquisadora do núcleo de psicanálise da USP, Marcia Neder, autora do livro “ Déspotas Mirins – O Poder nas Novas Famílias.”  ( Zagodoni Editora, 2012). Ela coloca que  cada vez mais uma nova geração de “ déspotas mirins” se apresenta como dona do poder na família e traz novos desafios para a escola. Esclarece que eles são agressivos, mimados e mandões. Tudo precisa ser feito para eles e na hora que eles demandam. Tal comportamento, cada vez mais presente em casa e na escola, faz destas crianças, pequenos sem limites que acreditam ser o centro do mundo. Ela defende que, com a perda de poder do pai na família, quem ganhou espaço foi a criança. Para ela, os pequenos tiranos são frutos não só da educação dada pelos pais hoje, mas também de um contexto social que coloca a criança como centro do mundo na família. O século XIX foi instituído como o ‘ século da mãe’, quando a sociedade  passou a ter um adulto, a mãe, designado para orbitar em torno da criança.” Isso é uma das grandes sementes do despotismo infantil”, analisa a escritora.
                Bem, se antes os pais exigiam respeito e obediência, hoje preferem ser amados e aprovados pelas crianças, uma vez que têm  pouco tempo para os filhos e compensam deixando a criança fazer o que quer.  As consequências dessa mudança vão além de birras. Na escola, o déspota mirim desafia professores e recusa-se a seguir as regras da instituição e esse conflito é comum em todas as classes sociais. “ O aluno se tornou cliente na escola. Tudo isso desfavorece o professor, que seria representante do adulto que educa na escola. Se os pais não têm poder dentro de casa, a criança buscará a mesma soberania na escola,” esta é a conclusão da pesquisadora.
                Eu sou professora 60 horas/semanais.  Fui mãe e pai ao mesmo tempo  na educação das minhas filhas e, até a pouco tempo, minha família era uma constituição das famílias modernas, sem a presença paterna. Lidar com uma adolescente de 14 anos e outra criança de 6 anos neste contexto mundial, garanto que não é tarefa fácil. Realmente eles possuem argumentos, se posicionam com personalidade, possuem o poder do convencimento. São “ nativos digitais” com uma inteligência nata. A criança se sente com poder de decisão: já decide o que comprar, escolhe os presentes. Ela não nos enxerga como pais que comandam ou orientam. Ela se vê  como igual.
                Como encarar tudo isso? Por que  é tão difícil? Acredito que colocar limites é o nosso grande desafio, mas como há um desgaste nas relações autoritárias entre nós e nossos filhos, que estão sendo substituídas por modelos mais democráticos de relacionamento, esta tarefa é melindrosa. Nessa visão de sermos  autoritários abandonamos o papel de estabelecer para nossos filhos o que pode e o que não pode.  Na escola a questão se agrava, pois ela sai do privado e vai para uma instituição pública. Ela passa a fazer parte de um grupo e precisa lidar com a noção de direitos e deveres.
                Todos  concordamos, porém, numa coisa: a criança precisa de um norte, de saber até onde ela pode ir. Temos que ser agora, escola e família, parceiros, para que juntos possamos encaminhar esta nova geração, assustadoramente inteligente e propensa a  ser uma geração  de inseguros e por que não dizer, infelizes.
                ( Tenho que concordar com minha filha Bruna quando ela me diz: “ Mãe, você tem que ser mais mãe do que amiga!”)
                Então, vamos de Goethe: Lich, mehr licht! Muita luz para todos!

DICA DA SEMANA:
LAVAGEM OU LAVAÇÃO DE CARROS?
Falar em LAVAÇÃO de carro causaria justificada surpresa, já que a expressão corrente é LAVAGEM de carro, mas as duas formas estão corretas, tudo depende da colocação da palavra na frase.  Não há dúvida de   que LAVAGEM, entre outros sentidos, significa "restos de comida que se dão aos porcos", mas isso não quer dizer que a palavra não possa ser usado com outros significados. Tudo depende do contexto. Diante da expressão "lavagem de carro", ninguém irá pensar em comida para porcos. A palavra é usada, também, com diferentes sentidos, em expressões como LAVAGEM A SECO, LAVAGEM DE DINHEIRO, LAVAGEM CEREBRAL. Na medicina se fala em LAVAGEM do estômago ou do intestino.  Claro que existem também os substantivos LAVAÇÃO e LAVADA,m as seu emprego também depende do contexto. Fala-se, por exemplo, em tom depreciativo, de "LAVAÇÃO de roupa suja"; fala-se da LAVADA que determinado time levou.  Fonte(s): SOS Língua Portuguesa - Jovem Pan