“ PELA SAUDADE QUE ME INVADE ...”
Acabou o carnaval. Agora o ano começa
a andar, em todos os sentidos. Sente- se, na quarta-feira de cinzas, um quê de
“ já acabou” para alguns, mas para outros um quê de alívio. Meu pai de 74 anos é um desses que sentiu alívio:
pela barulheira, pelas extravagâncias, pelos excessos. Confesso que até eu, fã
de carnaval, estou aliviada. Sabem do
que sinto saudades? Do velho e bom carnaval de São Carlos. Os grupos, blocos e
escolas de samba trabalhavam unidos, durante meses. Fazia-se ensaios, bordava-se as roupas, esperava-se o
grande momento de desfilar na rua, ladeada pelo público ansioso para ver as
fantasias e os carros alegóricos. ( E lá
no final do desfile, divertir-se com o bloco dos sujos com sua
irreverência.)
O que vemos
hoje não é mais carnaval. Transformou-se numa festa de rua que somente ficou
com o nome. As boas marchinhas não são nem lembradas. Os sambas enredos e o bom
samba raiz, nem cogitados pelas bandas. (De vez em quando um pagode e axé.)
Porém, o que mais me preocupa não é a questão da música, pois, acreditem-me, a
maioria não está nem aí com a qualidade e o repertório musical. A questão é
andar, caminhar, dançar e olhar, e olhar muito. Fiquei no sábado observando o
público. Os de mais idade, dançando, curtindo, conversando com os companheiros;
mas o que mais eu via eram adolescentes zanzando de um lado para o outro. Vi na minha frente uma adolescente, com uns
16 anos ( se tinha tanto) beijando cada um que passava e numa questão de pouco
tempo havia beijado cinco garotos diferentes. Como diz a letra de um funk: “
Hoje é ficar, não namorar. Quem chegar, pega. Hoje é beijar em quantidade, não
há qualidade. Quem chegar, é só babar...” Olha, sou bem liberar e aberta com
várias questões, mas neste ponto sou bem careta. Sempre digo para minha filha
Victória e suas amigas que moral é tudo
o que se tem. Conquistá-la, construí-la, é uma tarefa árdua e contínua, porém,
perdê-la, é um tapa, um piscar de olhos. E não há como recuperá-la. É como um
cristal quebrado: nunca mais será o mesmo.
Sou a favor
de tudo que deixe as pessoas mais felizes, mas felizes de verdade. Não ilusão
de momento, não uma alegria de faz de conta. Sou contra tudo que é exagerado,
extremado, que passa do limite. Não que tenhamos que ser normais, seguir linhas
e regras impostas, pois concordo com Caetano Veloso quando diz que “de perto
ninguém é normal...” Realmente, ninguém o é. Temos que colocar “... os cornos
pra fora e acima da manada”, segundo Gal Costa em sua canção Vaca Profana. É
uma questão de sobrevivência, até; porém, com os pés no chão, racionalidade e
emoção caminhando juntas.
Ousar sermos
felizes, com responsabilidade. Como diz meu marido: não existem más companhias.
Cada um é a sua companhia e a sua influência.
Então, vai a dica: que cada um seja uma boa
companhia para si mesmo. Lembrem-se: cada um é responsável pelos seus atos e a
lei da ação e reação, não falha. Pode tardar, mas não falha!
DICA DA SEMANA
Bem, no mesmo lugar, no mesmo
ambiente, um erro recorrente. Até rimou, o que não era a intenção. Eu havia, há
alguns anos, falado para algumas pessoas responsáveis pelo carnaval de Águas de
Chapecó sobre a palavra femInino utilizada
na entrada do banheiro para mulheres.
Fiquei feliz quando vi de longe que
haviam corrigido. Decepção quando cheguei perto. A placa nova, estampada
em tamanho grande na frente, estava correta ( não tão correta: banheiros
feminino – plural/singular), mas a placa
antiga, menor, na entrada do banheiro, ficou do mesmo jeito, com o mesmo erro:
femEnino.
Lugares públicos devem primar pela
correta grafia, pois várias pessoas frequentam o ambiente. Os erros pequenos
dão a mostra de que há falta de atenção. Artisticamente falando: as partes é
que formam o belo do todo.
Fica novamente a dica.... Veremos no
ano que vem!
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