Todos
nós crescemos ouvindo dizer que aquilo que “os olhos não veem o coração não
sente”. Eu discordo, pois aprendi que há muito a sentir naquilo que não vemos,
pois o sentimento é maior e mais profundo. No entanto, criamos, exageradamente,
nossos próprios talismãs como forma de intensificar a nossa crença e nossas
superstições.
Acho
engraçado as pessoas dizerem que não acreditam em crendices, bruxarias e tal,
em espíritos, mas não passam embaixo de uma escada, acreditam que um espelho
quebrado traz 7 anos de azar, que no período da menstruação não pode lavar os
cabelos nem mexer em carne porque estraga e fazem pedidos para imagens, que
para mim são espíritos.
Figas,
pés de coelho, medalhinhas, crucifixos, pedras, plantas... Afinal, por que nos
apegamos tanto a amuletos e talismãs? O desejo de uma proteção superior e de
amenizar os próprios sofrimentos parece ser o ponto inicial dessa tradição, que
se espalhou em eras remotas, pelo mundo afora. Na verdade, tais objetos
funcionam como símbolos de boa sorte, saúde e proteção contra vibrações
malignas, tendo a capacidade de despertar em quem os carrega força interior
para ultrapassar determinadas dificuldades. A escritora Elsie Dubugras num
artigo coloca que “ao examinar a questão dos amuletos e talismãs do ponto de
vista da neurolinguística, descobrimos que, de fato, eles servem de âncoras
para alavancar na mente humana imagens e sentimentos positivos, capazes de
gerar confiança, otimismo e esperança, tão necessários para os embates
diários.”
Quem
de nós não têm seu altar, um santo, uma vela dentro de casa? Nos sentimos mais
confiantes e seguros. É uma tradição comum a todos os povos e épocas e os
amuletos e talismãs deflagraram na mente humana imagens e sentimentos
positivos, mas que a rigor não são necessários: a própria mente pode ativar
essas qualidades a partir das experiências pessoais de cada um. Vocês todos
sabem que o trevo de quatro folhas é visto como um amuleto da sorte. Mas sabem
por quê? Quando Jesus nasceu colheram várias plantas para forrar a manjedoura e
Maria e José deram preferência aos trevos de quatro folhas, sobre os quais
deitaram o recém- -nascido, por
isso a fama de planta da boa sorte. Teríamos a história da figueira relacionada
ao conhecimento no budismo, a romã citada na bíblia como símbolo de unidade do
universo, entre tantas outras.
Poderíamos
aqui levantar várias histórias, de várias manifestações religiosas e seitas que
seriam capazes de ilustrar e explicar a ligação lógica entre talismãs, amuletos
ou símbolos e imagens e a sua serventia prática. Mas o importante, na verdade,
é ter em mente que, em geral, eles ganharam um significado especial a partir da
sua conexão com elementos de força, com sua conexão com Deus, com algo
superior. Portanto, tudo que vem para somar é bem vindo.
Mas
ainda quero dizer: não adianta cultuar, fazer homenagens, acender velas, se as
atitudes, as ações forem contrárias. Como diz a música: “Não adianta um pé de
coelho no bolso traseiro, nem mesmo a tal ferradura suspensa atrás da porta...
pois toda sorte tem quem acredita nela.” E continua sabiamente: “ Não adianta ir na igreja rezar e
fazer tudo errado, você quer a frente das coisas olhando de lado?...”
Novamente
vemos que tudo depende de nós. Colhemos o que plantamos, com ou sem amuletos!
Tenham
uma ótima semana!
E A DICA DA SEMANA É...
O moral
ou a moral?
A
palavra “moral” pode ser masculina ou feminina, dependendo do sentido que
assume em cada caso. A moral é o conjunto de valores e princípios éticos,
enquanto “o” moral é o ânimo. É por isso que dizemos que a torcida eleva o
moral dos times – não a moral.
Exemplos:
“Mas a hierarquia queria mesmo era o sangue
‘do gado’ para animar o moral das tropas, mostrando o valor da
disciplina.”
“ Conhecemos
vários pessoas com a moral manchada.”
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