“Não julgueis e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que
julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós
Sereis
medidos. Por que olhas a palha que está
no olho de teu irmão e não vês a trave
que está no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a
palha do olho do teu irmão”. Estas são palavras de Jesus Cristo
e é com e sobre elas que quero falar.
É incrível a
facilidade com que julgamos os outros e com que os outros nos julgam. Como
disse Jesus, vemos a falha no outro - que nós consideramos falha – e partimos
para o julgamento. “Não julgueis para não
serdes julgados”: já ouvimos isso várias
vezes. É uma advertência clara de que toda má ação que cometemos gera prejuízo
para nós mesmos, porque quando julgamos o outro, estamos medindo a nós mesmos.
Quem sou eu para
dizer à outra pessoa o que é certo ou errado... Eu não vivo a vida dela, eu não
sinto o que ela sente, eu não experencio as mesmas coisas que ela, muito menos
sei o que se passa no íntimo dela. Eu dificilmente – ou quase nunca – julgo as
escolhas de alguém. Pelo contrário: lá estou eu, falando, conversando, levando
uma palavra de amor e carinho para que tal pessoa possa encontrar e escolher o
melhor caminho, mas SEM JULGAMENTO. E estarei ao lado dela independentemente da
escolha que fizer. Não vou gostar menos dela por isso, porque a experiência e a
necessidade de viver aquilo não é minha, mas dela. Cheguei
à conclusão de que os defeitos, os erros, as falhas que vemos nos outros
são falhas que temos em nós, em maior ou menor grau. Como é que notamos quando
alguém está sendo malicioso? Porque conhecemos a malícia. Se não conhecêssemos,
não perceberíamos. E assim é com a bondade, com o amor...
Como podemos
cuidar dos erros alheios se não cuidamos dos próprios? Como é que somos tão severos com as falhas dos
outros e sempre arrumamos uma desculpa para as nossas? Dois pesos e duas
medidas. Uma pessoa muito próxima minha me disse: “até aceito o julgamento de
alguém, mas esse alguém tem que ser muito perfeito e não ter falhas.” Apontamos
os defeitos dos outros numa tentativa ridícula de nos destacarmos, pois nos
elevamos a nossos próprios olhos e diminuímos o próximo com nossas conclusões
tortas e nossos julgamentos fraudulentos.
Quem você acha
que nos julga? Deus que não é - e seria o único que poderia nos julgar. Deus
nos deu a consciência e é ela que se encarrega de observar, analisar e julgar.
Sim, somos nós que nos julgamos. Pecado é aquilo que nos faz deitar no
travesseiro à noite e não nos deixa dormir. Quando sentimos remorso por um erro
cometido somos nós que estamos nos julgando porque sabemos que erramos: o
remorso já é a nossa sentença. “Atire a
primeira pedra quem não tiver o telhado de vidro...!” Quem se arrisca a ser
o primeiro?
Pois é assim que
funciona. Nós somos nossos juízes. E nos julgamos com a medida que usamos para
julgar os outros. Devemos lembrar que a aparência que temos faz parte dos
nossos desafios. Que a vida que levamos faz parte do nosso aprendizado. Não
somos um corpo, estamos temporariamente ligados a um corpo. E no julgamento
final serei EU X EU. “Pelas suas palavras e atitudes serás
condenado”, disse o grande mestre Jesus.
O julgamento que
você faz dos outros e das suas atitudes é o mesmo julgamento que a vida irá
aplicar a você. Para considerar a Lei de causa e efeito é preciso considerar muitas
coisas. A existência presente é apenas um pequeno ponto na eternidade. Mas ao
final de tudo compete a nós mesmos não nos deixarmos atingir por uma atitude
que consideramos equivocada. Afinal, se errarmos ou acertarmos, se formos condenados ou libertos,
o mérito final será de cada um.
Paulo Coelho
disse: “Não devemos julgar a vida dos
outros, porque cada um sabe de sua
própria dor e renúncia. Uma coisa é ACHARMOS que estamos no caminho certo,
outra é ACHARMOS que nosso caminho é o único!”
Acho que não
seria necessário dizer mais nada, mas vou completar: Toda vez que alguém pensar
em julgar o outro que corra se olhar no espelho!!!!
A DICA DA SEMANA É...
JULGAR significa:
# decidir como
juiz ou árbitro, sentenciar, entender, avaliar, formar juízo, lavrar ou
pronunciar sentenças, apreciar;
# formar opinião,
conceito a respeito de pessoa ou coisa, ajuizar.
Diferente de
CRITICAR que tem como significado “capaz de julgar”, mas no sentido de avaliar.
Daí decorre que geralmente pensamos na palavra “criticar” num sentido negativo
- destacar falhas nos outros. Mas a palavra “criticar” significa simplesmente
“avaliar”.