sábado, 19 de setembro de 2015

“ O QUE OS OLHOS NÃO VEEM O CORAÇÃO SENTE”

Todos nós crescemos ouvindo dizer que aquilo que “os olhos não veem o coração não sente”. Eu discordo, pois aprendi que há muito a sentir naquilo que não vemos, pois o sentimento é maior e mais profundo. No entanto, criamos, exageradamente, nossos próprios talismãs como forma de intensificar a nossa crença e nossas superstições.
Acho engraçado as pessoas dizerem que não acreditam em crendices, bruxarias e tal, em espíritos, mas não passam embaixo de uma escada, acreditam que um espelho quebrado traz 7 anos de azar, que no período da menstruação não pode lavar os cabelos nem mexer em carne porque estraga e fazem pedidos para imagens, que para mim são espíritos.
Figas, pés de coelho, medalhinhas, crucifixos, pedras, plantas... Afinal, por que nos apegamos tanto a amuletos e talismãs? O desejo de uma proteção superior e de amenizar os próprios sofrimentos parece ser o ponto inicial dessa tradição, que se espalhou em eras remotas, pelo mundo afora. Na verdade, tais objetos funcionam como símbolos de boa sorte, saúde e proteção contra vibrações malignas, tendo a capacidade de despertar em quem os carrega força interior para ultrapassar determinadas dificuldades. A escritora Elsie Dubugras num artigo coloca que “ao examinar a questão dos amuletos e talismãs do ponto de vista da neurolinguística, descobrimos que, de fato, eles servem de âncoras para alavancar na mente humana imagens e sentimentos positivos, capazes de gerar confiança, otimismo e esperança, tão necessários para os embates diários.”
Quem de nós não têm seu altar, um santo, uma vela dentro de casa? Nos sentimos mais confiantes e seguros. É uma tradição comum a todos os povos e épocas e os amuletos e talismãs deflagraram na mente humana imagens e sentimentos positivos, mas que a rigor não são necessários: a própria mente pode ativar essas qualidades a partir das experiências pessoais de cada um. Vocês todos sabem que o trevo de quatro folhas é visto como um amuleto da sorte. Mas sabem por quê? Quando Jesus nasceu colheram várias plantas para forrar a manjedoura e Maria e José deram preferência aos trevos de quatro folhas, sobre os quais deitaram o recém-          -nascido, por isso a fama de planta da boa sorte. Teríamos a história da figueira relacionada ao conhecimento no budismo, a romã citada na bíblia como símbolo de unidade do universo, entre tantas outras.
Poderíamos aqui levantar várias histórias, de várias manifestações religiosas e seitas que seriam capazes de ilustrar e explicar a ligação lógica entre talismãs, amuletos ou símbolos e imagens e a sua serventia prática. Mas o importante, na verdade, é ter em mente que, em geral, eles ganharam um significado especial a partir da sua conexão com elementos de força, com sua conexão com Deus, com algo superior. Portanto, tudo que vem para somar é bem vindo.
Mas ainda quero dizer: não adianta cultuar, fazer homenagens, acender velas, se as atitudes, as ações forem contrárias. Como diz a música: “Não adianta um pé de coelho no bolso traseiro, nem mesmo a tal ferradura suspensa atrás da porta... pois toda sorte tem quem acredita nela.”  E continua  sabiamente: “ Não adianta ir na igreja rezar e fazer tudo errado, você quer a frente das coisas olhando de lado?...”
Novamente vemos que tudo depende de nós. Colhemos o que plantamos, com ou sem amuletos!
Tenham uma ótima semana!

E A DICA DA SEMANA É...

O moral ou a moral?
A palavra “moral” pode ser masculina ou feminina, dependendo do sentido que assume em cada caso. A moral é o conjunto de valores e princípios éticos, enquanto “o” moral é o ânimo. É por isso que dizemos que a torcida eleva o moral dos times – não a moral.
Exemplos:
 “Mas a hierarquia queria mesmo era o sangue ‘do gado’ para animar o moral das tropas, mostrando o valor da disciplina.”

“ Conhecemos vários  pessoas com a moral manchada.”


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