sexta-feira, 9 de maio de 2014

“ CANTAR A BELEZA DE SER UM ETERNO APRENDIZ!”

Por que esta tristeza imensa nos invade? Por que nos sentimos tão incapazes de nos suportar em algumas situações? Como é bom poder culpar as pessoas pela nossa desgraça, blasfemar dizendo que só acontece com a gente, que o mundo é contra nós, blá, blá, blá.... Chorar, desanimar, recolher-se num casulo que na verdade é um abismo, fugir... Temos um trabalho excelente, que nos realiza, uma família, filhos adoráveis, um companheiro, uma companheira, casa confortável... Portanto, o que falta?
Pois eu digo: todos temos o direito de entristecer, xingar, reclamar, querer nos recolher num mundinho só nosso. A tristeza é um pedido da alma. É um pedido de socorro de que algo não está certo, é um processo de cura. Este vazio, esta cobrança, é individual, de cada um. A grande questão é: quanto tempo ficar nesta lamúria, neste abismo! Sempre digo que não é fácil o embate conosco mesmos, mas é o único caminho. Pergunto: como podemos querer fugir de nós? Como podemos, ao mesmo tempo, conviver conosco mesmos? Osvaldo Montenegro no poema Metade diz “ que o convívio comigo mesmo seja ao menos suportável.” É isso mesmo: temos que aprender a conviver com nossos medos, nossas angústias, com o chamado da alma, conviver suportável e confortavelmente com nossas limitações. Aceitar-nos como seres em aprendizagem constante e imperfeitos. O que é contado em tempo cronológico é nossa idade física: a alma não tem idade (nem sexo). Nascemos com uma carga de conhecimentos de várias experiências espirituais, mas Deus em sua perfeição, não nos deixa lembrar de tudo de uma vez só. Ele vai revelando aos poucos, conforme vamos evoluindo e merecendo. Aqui estamos, neste plano terreno, vivendo uma existência de provas, experiências, lições e aprendizagem construtiva. Devemos lembrar que “Não somos seres humanos numa experiência espiritual, mas seres espirituais numa experiência humana!”
Existe um  conceito psicológico emprestado da física chamado resiliência e ele é definido como a capacidade  que temos  de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir a situações adversas, sem entrar em surto psicológico. A  resiliência nada mais é do que  uma tomada de decisão quando nos deparamos com dificuldades, externas ou internas, e a vontade de vencer. E se analisarmos bem, diariamente estamos superando obstáculos, tirando as “ pedras do meio do caminho”, movidos por uma forte vontade de vencer.
Mesmo diante de tantas adversidades, de tantos “ leões que matamos por dia”, temos que agradecer pela oportunidade da vida, da interação, do abraço amigo, da palavra de consolo. Agradecer pela dor e pela lágrima: elas nos tornam pessoas melhores e oportunizam nossa cura interior. “Deus não nos dá carga maior do que suportamos,” ouve-se sempre. Pura verdade!
Como dizia Gonzaguinha: “ Viver e não ter a vergonha de ser feliz! “ Afinal de contas não estamos sozinhos: temos a nós mesmos! (E uns aos outros!)


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